Na procura do ponto panorâmico

Tomar o momento para pensar, refletir e dar uma olheada ao redor para saber qual é o camino para seguir.

Tem momentos na vida, sobretudo quando se viaja, que é preciso procurar um ponto panorâmico para pensar, refletir, e se encontrar com você mesmo. Seja durante um passeio ou nas férias. Parece até uma ideia redundante, ou metafórica, podendo ser duas coisas ao mesmo tempo.

Sempre que chego a uma cidade nova, preciso me perder durante uma caminhada pelas ruas, sem usar o Google Maps, sem endereços ou direções precisas; a necessidade é começar a caminhar sem pensar, mas me permitindo estar sozinha, tentando perceber o que as emoções tentam dizer. 

Ao iniciar a caminhada, o que sempre acontece é a mente tentando entender o que estamos pensando. Os pensamentos estão atentos às informações básicas do caminho, dos perigos que se chega a ter, da fome que se tem, na procura de qualquer coisa que se possa usar para que a mente continue se alimentando.

Caminhando para o Mirante do Francês um dia de nuvens.

Mas depois, quando o corpo começa a relaxar e as perguntas que precisam de resposta –ou não tiveram resposta- aparecem, e o mundo vira até óbvio, porque o lugar começa a se mostrar, indicando qual é o melhor caminho para aquele momento.

E foi dessa maneira que me achei para Janela do Paraíso, continuando sem saber o lugar que estava indo, me apareceu o Mirante do francês. Não sabia que o que me aguardava era um dia cheio de nuvens, entretanto, segui.

O meu sonho sempre foi ver animais marinhos. O desejo era tanto que antes de chegar até Arraial do Cabo, minha vontade era ir a Puerto Madryn, uma cidade localizada na Patagônia, famosa por ter diversidade de fauna marinha e visitas anuais de baleias, que chegam para período de nascimento e amadurecimento dos filhotes.

Ao chegar ao Brasil fui surpreendida, enquanto estava sentada no mirante, apareceram baleias dando saltos, eram mais de 10 animais magnificamente dançando e fazendo movimentos maravilhosos, sendo o momento mágico e inesquecível. 

Baleias en Arraial do Cabo.

Este era o melhor sinal que eu poderia receber, juntamente, óbvio do lindo arco-íris que me recebeu quando desci do ônibus. Me senti grata naquele momento, sobretudo pela viagem e pela intuição que me levou até ali.  

Por tantas coisas que podem acontecer na vida, acredite nessa intuição. Procura o silêncio interno, buscando seu espaço panorâmico, pois é ele que pode te levar aos melhores lugares, às melhores experiências, mesmo que os sinais não sejam compreensíveis. 

Acho que esse foi o primeiro presente que a natureza e o Arraial me deram, tenho certeza que o primeiro de muitos. Porque foi essa mensagem que chegou no lugar onde cheguei, onde aparentemente foi escolhido pelos meus caminhos e nesse momento da minha vida.  

Se você, por acaso, entrar uma pessoa muito concentrada nos seus pensamentos, então saiba que sou eu, escutando a natureza e fazendo o trabalho mais importante da minha vida: falando comigo mesma. 

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